terça-feira, 23 de julho de 2013
Keep Secret - Capitulo 40 (seson final)
Com passos calmos Emily entrou na velha cabana
abandonada, tirou o casaco preto, jogou sobre uma velha e esfarrapada poltrona
vermelha no canto, tirou os sapatos de salto que já incomodavam seus pés e os
jogou sobre o casaco.
Sem forças para nem mais um passo sequer ela desabou no chão, caindo
sentada e abraçando o próprio corpo, era como se ainda pudesse sentir a energia
maligna de Flynn e a pressão do escudo contra seu corpo, era doloroso, ardia,
queimava-a de dentro para fora, mas ao mesmo tempo era bom, simbolizava que
estava vencendo.
Um suspiro escapou-lhe dos lábios, estava sentindo-se muito triste, pois
sabia o que estava pra acontecer, e sabia também o que deveria fazer, era tempo
de dizer adeus, adeus as meninas, aos meninos, a essa vida, a tudo.
Na mesma posição que estava fechou os olhos e concentrou-se, lentamente
ela foi puxando sua energia, do fundo do seu ser para fora, ignorando a dor que
aquilo lhe causava, ela foi pouco a pouco puxando o calor, sentindo-o subir por
sua coluna, da coluna a cabeça, da cabeça aos braços, dos braços ao peito, do
peito ao ventre, do ventre as pernas e das pernas aos pés, sempre fazendo o
calor se espalhar com um rastro vívido de dor.
Seus olhos lacrimejavam, mas ela não podia ceder, sabia que era melhor
assim, melhor que morrer pelas mãos do conselho, de certo muito melhor que
morrer nas mãos dos Malum, não uma Trevelyan, uma verdadeira Trevelyan preferiria
se entregar a morte a morrer nas mãos do conselho, e ninguém podia negar que
Emily era uma verdadeira Trevelyan.
"Você não é a filha de Althea", as palavras daquele ser
desprezível lhe soaram aos ouvidos como se ele estivesse ao seu lado, sua mãe,
sua querida mãe que morrera para salvar sua vida, e lá estava ela, sendo caçada
pelo conselho bruxo, por ser considerada uma traidora, uma maldita traidora!
"O que ela pensaria de mim?" perguntou-se sentindo o quanto
lhe pesava a consciencia, Zeus! Ela havia traido a propria linhagem! Que tipo
de bruxa ela era? Como podia ter sido tão tola? Estava totalmente de acordo com
os Malum, ela merecia a morte!
No momento que sentiu a raiva por si mesma crescer soube que estava
fazendo o certo, era hora de afastar-se, ninguém precisaria dela dali em
diante, era hora de enfrentar seu destino. Com um pequeno chiado de dor ela
permitiu que o ardor dentro de seu corpo se pronunciasse fora, e tão logo o
liberou as labaredas de fogo surgiram em sua pele, suaves e graciosas, pareciam
até lambê-la, mas na verdade a queimavam, sem piedade, porque elas sabiam que
ela merecia aquilo, merecia aquela dor, era uma traidora, uma Trevelyan
desonrosa, não havia pecado maior.
Com os olhos marejados ela olhou para o teto velho da cabana, desejando
como nunca ver o céu aberto, mas aquilo bastava, bastava para que ela
imaginasse sua mãe ali e pensasse em uma simplória frase: "Perdoe-me,
mamãe, mas eu as amo como se fossem minhas irmãs de sangue".
~X~
Nah: Você tem certeza de que era a Emily, Mi? – ás cinco vampiras
correriam rapidamente em direção a velha cabana onde Miley tinha “visto” a
jovem Trevelyan atear fogo a si mesma.
Mi: Sim, tenho certeza! Não sei se já aconteceu, ou se vai acontecer, a
visão estava borrada, acho que ela estava me bloqueando, não dá pra saber! –
ela olhava aflita o espaço a frente, e as outras sabiam que ela tentava a todo
custo enxergar algo mais sobre a bruxa.
Jess: Não faz sentido! Por que ela se mataria? – ela estava confusa. –
eu vou na frente, quero saber logo o que está havendo!
Ela correu o mais rápido que podia, até a
floreta ao seu redor transformar-se em um borrão verde e seus pés mal tocarem o
chão, e nesse ritmo ela logo deixou as outras muito para trás e chegou a cabana
que Miley vira como o lugar onde Emily estava.
A porta do lugar estava aberta e logo que
Jessie parou em frente a ela suas narinas foram invadidas pelo cheiro horrível
de gordura queimada, ou algo do tipo, o que a fez dar um passo atrás.
“Não pode ser!” ela respirou uma longa
golfada de ar, prendeu a respiração e entrou na cabana. A sala era muito
pequena e estava em péssimo estado de conservação, mas o que realmente lhe
chamou a atenção foram as três pessoas lá dentro. Como ela não os tinha
sentido?
Fora aqueles estranhos ainda havia, no centro
da sala, sob um carpete vermelho e poeirento, um montinho de brasas ainda
ardendo e soltando a fumaça de odor tão desconfortável.
XXX: Chegou uma das causadoras do problema. – e voz feminina veio da
pessoa que estava mais a frente, junto ao monte de brasas.
Jessie desviou os olhos das brasas ainda
ardentes e olhou para a mulher a sua frente, ela não era nem velha, nem nova,
devia estar na faixa dos trinta e poucos anos, tinha cabelos ruivos firmemente
presos em um “coque de bailarina”, olhos cor de mel e vestia-se toda de preto,
da mesma cor que seu manto que arrastava no chão.
Jess: Quem são vocês? – ela analisou as outras duas pessoas, eram
homens, ambos grandes e musculosos, com cabelos negros tão compridos que era
possível prende-los eu um rabo-de-cavalo atrás da cabeça e de olhos escuros,
também vestidos de preto e cobertos pelo mesmo tipo de manto.
XXX: Ora, criança! – a mulher lhe sorriu debochada. – você é mais
esperta que isso, sabe bem quem somos, a traidora Trevelyan já falou de nós
para você e suas amigas!
Como um sussurro distante a voz de Emily lhe
veio a mente “Os Malum são como autoridades para as bruxas, eles mantem a ordem
e impedem que nós ajudemos vampiros além do que nos é permitido...” ela piscou
os olhos um tanto em choque, mas logo a raiva fervilhou em suas veias, se eles
eram os taus Malum, eles é quem haviam matado Emily!
Jess: ENTÃO VOCÊS A MATARAM? – ela gritou, enlouquecida pela raiva e a
dor de perder uma amiga.
Fechando as mãos em punhos ela pôs-se a
correr para cima da mulher que estava próxima as brasas, mas nunca chegou até
ela, pois no mesmo momento sentiu-se ser envolvida por braços finos, porém
fortes, que a detiveram com facilidade.
Jess: Solte-me Anne! Eles mataram Emily! – ela falava alto enquanto
tentava lutar para sair da prisão dos braços da amiga.
XXX: Antes tivéssemos feito, criança. – a mulher abaixou-se o suficiente
para pegar, em meio as brasas, o colar de Emily, seu antigo amuleto, o mesmo do
qual ela tirara poder extra para deter Flynn a poucas horas.
Nah: O que vocês fizeram? – ela entrou pela porta, flanqueada por Hanna
e Miley, olhando para o colar na mão daquela mulher estranha.
XXX: Nós não tivemos tempo de mata-la como ela merecia, sua querida
bruxinha tirou a própria vida, com o mesmo feitiço que a mãe dela usou a sete
anos no mesmo intento, um feitiço que só os malditos Trevelyan conhecem, ou
conheciam, já que ela era a última...
Hanna soltou um pequeno arquejo e seus olhos que
antes já estavam marejados transbordaram derrubando lágrimas de dor por seu
rosto bonito, Miley apressou-se em abraçá-la.
XXX: Nosso trabalho aqui acabou. – ela olhou com satisfação para as
cinzas que anteriormente compuseram o corpo de Emily Trevelyan e sinalizou para
os outros dois homens. – vamos!
Ela contornou o braseiro no centro da sala e
dirigiu-se a porta, mas Hanna rapidamente saiu dos braços de Miley e
interceptou seu caminho, tentando conter as lágrimas.
Hanna: O... o colar! – apontou o amuleto nas mãos da Malum, enquanto
tentava fazer sua voz soar firme. – Não pode ficar com ele, não tem esse
direito, o amuleto de uma bruxa deve ser sepultado junto com ela ou guardado
por alguém da família!
A mulher soltou um curto riso de escarnio e atirou
o colar aos pés de Hanna.
XXX: Faça o que quiser com ele, bobinha, ela não tem família alguma e
tão pouco pode ser sepultada, você sabe disso, ela certamente lhes contou os
rituais que a linhagem dela faziam em relação aos mortos, então... – ela bateu
uma mão na outra, em uma palma de cinismo. – É todo seu, vamos!
Os três passaram ao lado de Hanna e saíram da
cabana enquanto erguiam seus capuzes negros, as vampiras ainda permaneceram
paradas por um bom tempo antes de Hanna abaixar-se e apanhar o colar,
apertando-o fortemente em sua mão, mas sem danificá-lo.
Nah: Ela se matou para nos proteger... Pude ver na mente daquela bruxa,
eles pretendiam levá-la para os outros do concelho, para arrancar dela algo que
justificasse nos matar sem começar uma guerra... – ela caminhou lentamente até
a poltrona vermelha, onde pegou o casaco de couro preto que Emily usara naquela
tarde.
Jess: Nós devíamos... – ela engoliu em seco, como sempre escondendo o
modo como se sentia. – Devíamos tomar as devidas providencias... Vocês sabem,
juntar as cinzas e levar para a ilha, junto do Grimório dela...
Miley: Temos que esperar parar de queimar, não podemos tocar antes
disso... – ela foi até a poltrona, parando do lado oposto ao que Nattalie
estava e pôs-se a observar as brasas ainda acesas.
Hanna: E o amuleto? – ela também aproximou-se do braseiro e o ficou
observando, enquanto ainda derrubava algumas lágrimas.
Anne: Éramos tudo que ela tinha... – ela parou entre Jessie e Hanna. –
Ele ficará conosco, não pode cair nas mãos de pessoas erradas, para que os
poderes dela não sejam roubados...
Inconscientemente, as cinco haviam formado um
circulo em volta do braseiro aceso enquanto o encaravam, e logo elas caíram no
silêncio, enquanto observavam as quase inexistentes chamas consumirem o que
restava de Emily Trevelyan, a jovem bruxa que a poucas horas estava ajudando-as
a derrotar aqueles que tanto lhes tinham feito mal.
~X~
Chovia forte naquela noite, o céu estava
repleto de nuvens negras, relâmpagos caiam por todo o lado, as cinzas boiavam
como um emaranhado de poeira, estranhamente juntas, como se formassem um só
corpo, e de fato, antes ela haviam formado o corpo de Emily Trevelyan.
Não havia sinal de vida naquele lugar, nem
mesmo os animais marinhos que habitavam o mar aberto estavam ali, no meio
daquela tempestade horrível, as ondas eram altas e agitadas e constantemente o
clarão dos raios e fazia presente, mas naquele momento algo mudou.
O relâmpago que veio naquele instante, era de
uma coloração totalmente diferente do azulado habitual, aquele era de cor
purpura e caiu diretamente sobre as águas, exatamente sobre as cinzas que um
dia formaram uma bruxa boiavam.
No mesmo instante, as poucas pessoas que transitavam de carro, pelas
ruas da cidade, ficaram maravilhadas com a luz lilás que tomou o horizonte da
praia vazia, todos acharam que era apenas mais uma das maravilhosas obras da
mãe natureza, mas não era. Tão logo a luz
arroxeada extinguiu-se, concentrando-se em um só ponto do horizonte e logo
depois sumindo por completo, tão logo a luz do relâmpago se foi a tempestade
abrandou-se e onde antes havia um monte de cinzas ao mar aberto agora havia uma
garota, mas não era qualquer garota, aquela era Emily Trevelyan.
~X~
É isso gente, último capítulo da temporada e para a próxima: O que
aconteceu com os minos? Eles de fato voltaram a ser humanos? Como Emily não
morreu? O que vai rolar?
Não vamos pedir comentários porque o primeiro capítulo da segunda
temporada vai sair com data marcada, mas os comentário são SUPER bem vindos!
Um recadinho: Cada comentários para cada uma das fics tem que serem
postados NA FIC! Não adianta pedir por uma fic em um poste totalmente nada a
ver com o assunto, ok?
Beijos nossos amores! <3
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Amei,perfeita demais essa fic ;)
ResponderExcluirPor favor cont , faz 2 temporada eu PRECISO!!
ResponderExcluircontinua, to me matando de curiosidade
ResponderExcluirOlá sou leitora de vcs a mto tempo fiquei um longo período sem estar lendo as fics de vcs
ResponderExcluirmas agora já estou de volta mas ainda não tem continuação de Keep Secret
Vcs vao continuar esta fic ??
quando sera a próxima temporada ??
Aguardando anciosa
Tamiris Vieira
Então... Gente eu não sei bem como vai ficar essa fic, de verdade. Nós fizemos alguns planos e tudo mais, mas é que acabamos nos ocupando com outras coisas e eu realmente não sei. Vou falar com as minas e quando tiver respostas eu posto aqui. Obrigada por comentarem! - Jessie xx.
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