quarta-feira, 20 de agosto de 2014

#ImagineBelieber: Your jealousy, our tears.


POV (SeuNome)

   -Não é que eu esteja com ciumes, não é isso, mas por que ele tem que ficar justamente aqui? -Justin perguntava mais uma vez, com o maxilar ainda tenso e com a feição de poucos amigos ainda grudada em seu rosto.
   -Eu já te expliquei isso Justin, mas okay, eu explico novamente. -Suspirei já cansada daquele assunto- David não tem onde ficar por aqui, ele não conhece nada da cidade e a viagem foi de última hora, não deu tempo dele ver hotel e essas coisas, ele só soube que teria que vir pra L.A. quando o avô dele foi internado. E além de tudo ele é meu melhor amigo, que mal faz ele passar alguns dias aqui em casa? -Perguntei já me irritando com aquilo.
   Justin estava surtando desde que eu lhe contei que David, meu melhor amigo brasileiro, passaria alguns dias na minha casa. 
   Eu e o Bieber namoramos a quase dois anos e não moramos oficialmente juntos, mas ele vive mais aqui do que em casa, então eu até entendo que ele se sinta afetado pela visita, só que eu não posso e nem quero negar ajuda a um amigo, muito menos a David que sempre esteve ao meu lado muito antes de eu se quer pensar cem conhecer ou namorar Justin. 
   -Não vai fazer mal, mas eu quero que você entenda que ele é homem (SeuNome) e com certeza gosta de você. -Ele disse como se estivesse explicando para uma criança e isso quase me tirou do sério- Eu não sou obrigado a ver um cara' na casa da minha namorada! E além disso, um cara' que é apaixonado por ela! -Justin quase gritou essa parte, fazendo com que o sangue fluísse mais rápido pelo meu corpo e que a raiva me dominasse. 
   -Eu que não sou obrigada a ouvir tanta idiotice! -Gritei e vi seus olhos se arregalarem um pouco- Da onde você tirou essa ideia absurda de que o David gosta de mim?! -Perguntei com a voz um tanto mais baixa, porém com a raiva presente em cada palavra.
   -Eu li... -Ele desviou o olhar e eu vi suas bochechas corando de leve em sinal de que ele tinha vergonha de seja lá o que ele fez.
   -Como? -Deixei transparecer a minha descrença... onde ele leu isso?!
   -Eu li a carta dele que você guarda junto com a dos seus parentes. -Justin ainda não me encarava, mas eu via sua magoa e raiva somente por poder observar seu corpo rígido e os punhos cerrados. 
   Não posso negar, isso é verdade. Eu e David realmente já namoramos, mas foi antes de eu vir para os Estados Unidos e foi um amor de adolescente, foi simplesmente um acordo em amigos para que nenhum dos dois ficasse sozinho enquanto todos os outros engatavam romances pela escola, só que no meio de tudo isso eu ganhei a bolça de estudos aqui e vim, é claro, e terminei meu namoro com David, e ele, assim como toda a minha família, me escreveu uma cartinha linda com três folhas, falando de como foi bom o nosso tempo juntos e de como ele iria para sempre me amar e tal's, coisa normal para amigos tão íntimos como nós. Obvio que eu guardei a carta mesmo tendo começado meu namoro com Justin, assim como guardei a carta de todos os outros. Na verdade eu deveria estar com raiva por Justin ter mexido nas minha coisas, mas eu não conseguia porque sei que sua mente deve estar uma bagunça. Se eu lesse uma carta como aquela, sem saber da história, também acreditaria que o amor não morreu, principalmente se envolvesse Selena, a ex do Jus. 
   -Baby', não é nada disso. Você entendeu tudo errado... -Eu tentei falar enquanto ia em sua direção com os braços abertos, prontos para envolve-lo em um abraço, mas ele desviou dos meus braços e me olhou com raiva, me interrompendo.
   -Eu entendi tudo certo! -Ele gritou como eu havia feito antes- Ele ainda deve te amar, como disse que faria na merda daquela carta, e você deve gostar dele também porque nem se quer me contou que já tinham namorado! -Justin apontou o dedo para meu rosto e ai eu soube que ele estava verdadeiramente possesso pela raiva. Um dos maiores defeitos de meu namorado com certeza é seu ciume e por mais que ele tentasse se conter eu sabia que era complicado.- Além de ter guardado a carta com tanto carinho, né?!
   -Eu não amo ele, não como mais que amigo! -Disse com calma, afinal um dos dois tinha que ser o racional e nesse caso sou eu- Drew, eu e David já até namoramos, mas foi coisa de adolescente e nós terminamos tudo quando eu vim pra cá, ele já ate teve um namoro depois disso e eu agora estou com você. Nada do que eu senti pelo David se compara com o que eu sinto por você Justin! Eu só não falei sobre isso porque é coisa besta, pra que eu iria falar? Para você ficar com raiva e enciumado como está agora? 
   -Não (SeuNome), se você tivesse me contado antes eu te daria um voto de confiança quando me dissesse que ele ficaria aqui, mas você escondeu porque não confia em mim, como eu vou confiar em você? -Ele dizia gesticulando com as mãos e com o rosto vermelho.
   -Tudo bem, não confia em mim?! Então some daqui! -Gritei sem pensar. Admito que quis me bater ao vê-lo com os olhos cheios de lágrimas, as prendendo com determinação.
   -Está me mandando emborra? -Ele me olhou com um misto de magoa, tristeza e ódio- Então fique ai com a porra do seu melhor amigo! Eu não ligo mais! -Ele me deu as costas e foi caminhando até a porta, comigo indo atrás dele e segurando as lágrimas tão firme quanto ele fazia- Aproposito, diga a ele que você está finalmente solteira de novo, que ele faça bom proveito. -Justin rosnou antes de bater a porta e me deixar ali sozinha.
   Não foi preciso mais nada, eu simplesmente cai sobre meus joelhos e deixei as lágrimas tomarem conta de meu rosto, traçando caminhos até caírem e mancharem o piso de meu apartamento.


- Dois dias depois...

   -Você deveria ter tido mais paciência com ele (SeuNome). -Disse David assim que eu terminei de contar como meu namoro tão bem sucedido havia acabado tão tragicamente- Provavelmente ele só disse aquilo tudo porque estava com muita raiva e cara'... eu também se fosse seu namorado não ficaria feliz ao ler algo como aquela carta vinda de um amigo que na verdade é ex. Me desculpe por isso. -Ele disse me dando um beijo na testa e me abraçando com mais força. Nós dois estávamos sentados em meu sofá esperando o táxi chegar para que nós fossemos a casa de seu avô.
   -Eu sei. -Disse sentindo meus olhos ardendo- É que na hora eu fiquei com raiva por não ter confiado em mim e falei sem pensar. Não tem do que se desculpar, isso não foi culpa sua, foi só uma confusão gigantesca e sem motivos. -Dei de ombros e suspirei- Sabe o que é pior? -Perguntei abaixando a cabeça.
   -O que? -Ele perguntou me olhando curioso.
   -Eu não consigo parar de pensar nele. -Confessei com as bochechas corando um pouco- Nós nunca brigamos daquele jeito e nunca chegamos a terminar, quer dizer, Justin sempre pediu desculpas antes das coisas ficarem realmente feias e agora ele nem dá sinal de vida. -Murmurei sentindo uma lágrima escapar- Aaah que merda! -Limpei a lágrima com raiva- Foi mal, você tá preocupado com seu avô e eu tô aqui chorando pelo meu fracasso amoroso. 
   -Não fala merda! -Ele me deu um tapa na cabeça e eu o xinguei, fazendo com que ele risse, mas logo voltasse a ficar sério- Meu avô já tá melhor e eu cheguei hoje, quero entender o que se passa na vida da minha melhor amiga, mas só o que vejo é que vocês dois são muito orgulhosos. Por que não vai atrás dele? 
   -Porque ele que terminou! -Disse como se fosse obvio- Eu não vou ir atrás, ele que terminou, isso seria humilhação de mais. 
   -E se ele chegasse aqui agora pedindo pra você esquecer tudo e voltar com ele? 
   -Eu aceitaria, é claro. -Disse sem hesitar e ele sorriu largo- O que foi?
   -Você é fofa quando está apaixonada. -Ele deu de ombros, sorrindo com uma cara provocativa.
   -E você é um mané de qualquer jeito. -Revidei e levei mais um tapinha na cabeça- Vagabundo. 
   Antes que ele me ofendesse com algum xingamento besta, a campainha tocou e nós dois nos entreolhamos como se disséssemos "vai você".
   -Eu acabei de chegar no país e a casa é sua! -Ele disse rápido e erguendo os lábios em um sorriso vitorioso.
   Revirei os olhos e me levantei bufando de raiva, indo até a porta e ouvindo o riso escandaloso de David. Era bom tê-lo comigo novamente, mas o que não me deixava aproveitar cem por cento daquele momento era a falta que estava sentindo do meu Justin. Era quase como estar entrando em uma forte crise de abstinência, e não se fazia nem três dias!
   Cheguei a porta e quando abri dei de cara com um senhor careca, com os olhos azuis e um sorriso pequeno nos lábios.
   -Oi? -Ergui as sobrancelhas sem entender direito o que aquele senhor fazia ali.
   -Oi. Só vim avisar que o táxi chegou. -Disse o senhor, que na verdade nada mais é que o porteiro do meu prédio.
   -Por que não interfonou? -Perguntei da maneira mais casual que pude, não queria que ele pensasse que estava sendo rude.
   -O interfone não está funcionando desde essa manhã, mas não se preocupe que já estão arrumando isso. -Ele respondeu e já foi caminhando para as escadas, ate porque meu apartamento era no segundo andar, não compensava esperar o elevador mesmo.
   -Tudo bem, obrigada. -Falei fechando a porta e indo ate David- Vamos logo que o táxi chegou. -Falei e ele já se levantou, peguei minha bolça e fomos para o corredor, onde eu parei para fechar a porta e logo estávamos descendo as escadas e passando pela portaria- Onde seu avô mora? -Perguntei abrindo a porta do táxi e o vendo passar a minha frente, entrando no carro- Educação mandou recado hein. -Disse revirando os olhos e ouvindo o riso dele- Fedido. -Disse em português e ouvi sua gargalhada.
 
- Ás 18:45...

   -Parece que eu tirei o mundo dos meus ombros. -Disse David assim que o táxi parou novamente em frente ao meu edifício- Finalmente posso relaxar sabendo que ele está mesmo bem. 
   -É mesmo. -Suspirei cansada- Ele é forte, se recuperou tão rápido... nem parece que é da sua família. Tem certeza que não é adotado? -Perguntei em um tom sério, mas ele sabia muito bem que eu estava só o zoando. 
   -Aaaah cala a boca! -Ele disse em meio a alguns risos, enquanto pagava o taxista e saia do carro, olhando para mim, que já estava parada na calçada- Você ficou mais chata desde que veio pra cá. 
   -Você que está muito mal acostumado. -Falei soltando um risinho e acenando para o porteiro, que me olhava um pouco tenso.
   Antes que eu pudesse perguntar o por que daquele clima estranho, meu braço foi agarrado por uma mão forte e firme, que me virou e me fez ficar de frente para a pessoa que havia me puxado.
   -Justin? -Pronunciei um pouco confusa.
   Ele não disse nada, apenas me puxou de novo e colou seu corpo no meu, passando seus braços pela minha cintura e me abraçando com força, fazendo ate mesmo meus pés saírem do chão e meus pulmões perderem um pouco do ar, mas eu não tive coragem de me afastar porque também queria aquele abraço e porque estava atônica enquanto sentia lágrimas molharem meu ombro, onde seu rosto estava repousado.    
   Passei meus braços na altura de seu peitoral e o abracei também, vendo sobre seus ombros David nos olhar sem entender nada. Apenas sorri de leve para ele e estendi a minha bolça, que estava na minha mão direita, sibilando um quase mudo "sobe que eu já estou indo". David pegou a bolça, onde estava a chave, e subiu pelas escadas, olhando para nós novamente antes de ir e mandando uma piscadinha como quem quer dizer "tudo vai ficar bem".
   -Eu senti sua falta... -O sussurro de Justin me fez voltar a atenção para ele- Eu senti tanto a sua falta que achei que enlouqueceria. -Ele voltou a sussurrar ainda agarrado a mim e com a voz um pouco mais rouca devida ao choro.
   -Eu também senti Jus. -Respondi no mesmo tom que ele, me afastando um pouco e encarando seus olhos um pouco vermelhos- Por que não veio antes? 
   -Eu fui um orgulhoso idiota. -Ele revirou os olhos como se zombasse de si mesmo- É que na hora eu fiquei tão mal que... eu não sei, só conseguia pensar que se ele voltasse vocês poderiam voltar também e... você sabe que eu sou impulsivo, apenas acabei falando sem pensar. -Seus ombros relaxaram quando ele parou de falar e fixou seu olhar no meu, talvez por ter finalmente falado o que pensava ou por minhas mãos estarem massageando aquela área com as pontas dos dedos- Me desculpe baby'.
   -Você não tem que se desculpar por nada. -Eu disse e ele não pode conter o olhar surpreso, me arrancando um risinho, afinal eu não era do tipo de engoli o orgulho mesmo- Eu errei em não ter falado a verdade e deveria lhe agradecer por dar tanta importância a confiança, principalmente no nosso relacionamento. Também não deveria ter te mandado ir emborra daquele jeito, mas eu fiquei com raiva por você não acreditar em mim. -Suspirei e abaixei o olhar, mas logo voltando a olha-lo nos olhos- Me desculpe também meu anjo.
   Ali estávamos nós, os dois já tinham pedido desculpas, mas por algum motivo nenhum havia de fato tomado alguma atitude.
   -Aquele era o David? -Justin perguntou baixinho e eu apenas assenti- Ele sabe do que aconteceu? -Ele perguntou novamente e eu apenas refiz o gesto com a cabeça- Será que ele se importaria de dividir o apartamento com mais alguém? 
   Na hora eu não entendi, então só o olhei com a testa franzida e as sobrancelhas erguidas. Justin sorriu abertamente, mostrando aquele sorriso lindo e perfeitamente branco que fazia meu mundo girar com o dobro de velocidade, sua cabeça pendeu para um lado, indicando o sofá que havia na portaria, onde ele deveria estar me esperando a algum tempo. Quando olhei vi a sua mochila ali, uma grande mochila com a estampa roxa.
   -Isso é sério? -Perguntei com um sorriso dominando meu rosto e tenho a certeza de que meus olhos brilharam.
   -Eu não me importo de ficar esses dias aqui com vocês, sabe né? Só por garantia. -Ele deu de ombros, sorrindo tanto quanto eu- A não ser que seja um problema para você ou para David, é claro. -Ele disse olhando novamente para mim e esperando a minha resposta.
   -Eu te amo muito! -Disse enquanto soltava uma risada alta e passava meus dedos entre seus cabelos tão brilhosos, puxando sua cabeça na minha direção e o beijando da forma como desejava já a algum tempo.


- Nove dias depois...

   -Vai se foder Justin! -David gritou e eu corri para a sala, para ver o que estava acontecendo dessa vez- Você roubou!
   -Tá louco?! -Justin gritava e ria ao mesmo tempo- O nome disso é talento, a culpa não é minha se é para poucos!
   Cheguei a sala e vi os dois jogados no meu tapete felpudo novinho, que agora estava coberto por pacotes vazios de tudo quanto é tipo de salgadinho e várias latinhas de refrigerante, o que me fez lembrar o porque de odiar tanto os "torneios de vídeo game" que os dois insistiam em fazer quase todos os dias.
   Desde que Justin e David vieram passar esse tempo aqui em casa que eu não tenho um minuto de paz, eles estão sempre brigando ou se juntando para me atormentar, mas se tem algo que eu admito é que eles estão fazendo desses os meus melhores dias desde que cheguei a Los Angeles.
   -Parem de gritar! -Eu gritei, fazendo eles me olharem assustados e inconformados por eu falar uma coisa e fazer outra- Eu tenho vizinhos e daqui a pouco vão me expulsar do condomínio. -Revirei os olhos- Vocês só sabem berrar, parecem crianças! -Disse fingindo raiva.
   -Ela é muito chata, não acha? -Perguntou David a Justin, que também me olhava incrédulo por minhas palavras.
   -Acho. -Ele concordou e eu os ignorei, me jogando no sofá- E acho que ela merece uma boa resposta.
   -Também acho. -David sorriu cumplicie com Justin.  
   No segundo seguinte eu já estava sendo esmagada pelos dois, que se jogaram encima de mim no sofá, em uma espécie de "montinho". Eu poderia xingá-los como sempre, mas fui impedida pelos nossos risos, que já dominavam a sala toda.
   -Eu odeio vocês. -Murmurei quando os risos pararam e apenas Justin estava encima de mim, enquanto David estava novamente no tapete.
   -Não odeia nada, você nos ama! -Justin disse enchendo meu rosto com beijos, me fazendo sorrir abertamente- E eu te amo também! -Ele disse e logo estava com os lábios grudados aos meus.
   Eu nunca me cansaria de beija-lo, nunca me cansaria de me sentir a pessoa mais feliz do mundo ao seu lado, porque era exatamente assim que me sentia quando Justin me beijava com toda a calma e carinho do mundo, como ele fazia agora. 
   -VÃO PRO QUARTO! -Ouvi junto com a risada de David, ao mesmo tempo que sentia uma almofada ser jogada em nossos rostos.

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