terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

#Imagine1D com Louis Tomlinson


POV (SeuNome)

   -Eu sei, pelos céus, eu sei muito bem o que prometi Emma, mas eu não posso mais fingir! -Falei desesperada, sentindo minha garganta travar e as lágrimas darem sinal em meus olhos já avermelhados- Isso foi longe demais, caralho, meus pais já me perguntaram sobre isso, acham que eu estou mentindo e porra... eles são os únicos para quem eu estou falando a verdade! Eles e Louis, que aproposito está começando a perder a paciência!
   -Claro, isso é tudo sobre o Tomlinson, como eu não notei? -Ela deu uma risada debochada e me olhou com raiva- Esse garoto está querendo acabar com a nossa amizade (SeuNome), você não está percebendo? Ele quer você só para ele!
   -Não, não é não nada disso! -Me ergui em um solavanco, a assustado- Você quem está prendendo a sua melhor amiga a uma mentira sem cabimentos, e eu reconheço a minha culpa, mas estou te dando um aviso Emma, ou você conta ou eu conto!
   Sem esperar respostas eu sai pela porta da biblioteca quase vazia. Estava sentindo minha cabeça zonza com tudo isso, parecia que nada mais fazia sentido desde que aquilo tudo começou. Era para ser algo bobo, uma mentirinha branca, no entanto se tornou a minha vida. 
   Emma, minha até então melhor amiga, nunca foi o tipo de garota que se relacionava fácil, na verdade ela era bem reservada e quieta, o que me assustou quando ela me veio com a idéia de fingirmos ser um casal lésbico para nos auto promovemos na escola. Sei que isso não faz sentido, mas se for julgar pelo fato da homossexualidade ser um dos assuntos mais debatidos entre os adolescentes e que aparentemente havia se tornado uma modinha sem cabimentos... pareceu fazer sentido. Além disso eu não aguentava mais ver minha melhor amiga se sentindo mal por não ser convidada a festas, por ser invisível. Eu mesmo também era praticamente ignorada, e não ligava, pensei que Emma também não desse importância para o status escolar. 
   O problema começou quando nós nos beijamos em frente a escola, na frente de todos mesmo. Achei que seria um tiro no céu azul, que não funcionaria da forma que ela disse que aconteceria, mas aconteceu. Durante aquela semana nós fomos o assunto de garotos e garotas. Eu jamais imaginaria aquilo, juro, só que havíamos nos tornado "o casal do momento".
   Logo começaram os convites para as festas, a garota do jornal da escola perguntando se podíamos falar contra o preconceito em uma de suas matérias e o time de futebol americano nos encarando por todos os lados, assim como todos os outros garotos. Fiquei até mesmo sabendo que os nerds faziam apostas sobre a nossa "vida sexual" e tudo mais, o que se agravou quando Emma espalhou aos quatro ventos que estávamos namorando a sério. Ela até comprou uma aliança de compromisso!
   Até ai eu juro que não estava tão incomodada, estava até me divertindo com a situação e havia prometido que faria parte daquilo, porém aconteceu um imprevisto. Louis Tomlinson é o seu nome. 
   Louis é o capitão do time de debates da escola, aquele tipo de cara com a língua afiada e um humor negro e sarcástico. Ele estava vez ou outra entre os assuntos do pessoal, era lindo, tinha um ar provocante e gostava de causar, mas até onde eu saiba ele jamais passou dos limites com ninguém. Nunca pensei que teria chances com ele, nem havia cogitado a possibilidade algum dia de minha vida, então quando Louis se aproximou de mim um dia no corredor e começou a puxar assunto eu só conseguia pensar "Meu Deus! Ele é incrível!".
   Foi assim durante algum tempo até que rolasse um clima em uma sorveteria e nós nos beijássemos. Por um minuto pensei que havia cometido um grande erro, imaginei que ele espalharia para todos que eu havia traído Emma, que gostava de garotos e tals, mas ele não fez nada disso. Disse na minha cara que nunca acreditou que eu fosse lésbica, embora pensasse que Emma fosse completamente apaixonada por mim, e pediu que eu dissesse a verdade a ele, se sentisse que devesse. E eu sentia.
   Contei tudo, sobre o plano e como as coisas saíram de proporções, ele apenas ouviu tudo e no fim me aconselhou a aguentar mais um tempo e acabar com a farsa de maneira simples, fingir um termino trágico ou algo assim, e eu achei a idéia valida, falei com Emma e ela me disse que faríamos isso em breve, só que ela adiava e adiava, parecendo cada vez mais distante e mais envolvida com a hierarquia escolar. Já haviam se passado dois meses, Louis começou a ficar desconfortável com as cenas de afeto que Emma fazia na frente de todos e começou a me evitar de certo modo. Meus pais também vieram com um papo estranho e aquilo estava me matando, eu estava realmente confusa.
   Queria ficar com Louis, para que todos soubessem, queria que meus pais parassem de me olhar com dúvidas e que minha melhor amiga voltasse ao normal e parasse de me dar selinhos da frente das líderes de torcida. Não estava mais aguentando, não queria ter que aguentar!
   -Ops, desculpe! -Pediu a pessoa na qual eu havia acabado de bater de frente, o que era uma proeza já que tudo estava praticamente vazio depois do fim do período de aulas- Aaah (SeuNome), está bem? 
   Olhei para quem estava a minha frente e encontrei lindos olhos azuis e cabelos castanhos e sedosos. Já fazia algum tempo que ele estava me evitando e nós termos nos trombado no corredor se tornou um fato até irônico.
   -Estou. -Disse segurando a mão que ele havia me estendido e me levantando.
   -Você não parece bem, estava chorando? -As mãos frias e leves foram para o meu rosto, afagando de uma maneira calma antes que ele me puxasse para si, me abraçando forte e deixando que eu desmoronasse em seu ombro- Calma babe', se acalme, eu estou aqui.
   Entre soluços e frases carinhosas o meu choro foi sessando lentamente, até que estivéssemos apenas abraçados no corredor vazio, sem palavras ou sons. Eu sentia a falta dele, sentia falta de tê-lo me abraçando em meio as minhas crises, de ouvir sua voz sussurrando ou berrando palavrões, dos seus momentos estranhamente carinhosos e fofos. Ele era o meu garoto, eu o amava e queria tê-lo comigo, sentia medo de que um dia Louis se cansasse de mim, que me abandonasse, e mesmo assim também não poderia quebrar a minha promessa e jogar minha melhor amiga aos leões. Eu estava acabada.
   -Você sabe que eu estou aqui para sempre (SeuApelido), estou te segurando e não vou soltar. Eu te amo darling. -Louis disse baixinho em meu ouvido.
   Só ai eu havia percebido que havia dito tudo aquilo em voz alta, todos os meus pensamentos profundos e medos jogados ao ar, mas impressionantemente não era aquilo que estava me tirando a sanidade e sim o fato de que pela primeira vez Louis tinha me dito as três palavras. Olhei surpresa para ele, ainda não crendo naquilo que havia ouvido.
   -O que disse? -Pedi um tanto perdida naquilo tudo, como se houvessem me tirado todos os sentidos de uma vez só- Louis, não brinca comigo.
   -Eu não brinco sobre sentimentos, eu te amo muito garota, mesmo com todas as suas loucuras. -Ele disse olhando no fundo de meus olhos, ainda acariciando meu rosto com seus dedos gélidos e sorrindo pequeno com a minha cara de retardada, com certeza- Desculpe por ter te evitado por essa semana, mas eu precisava pensar sobre tudo isso, você e Emma.
   -Não diga nada sobre Emma, por favor. -Senti as lágrimas voltarem aos meus olhos- Eu a odeio tanto nesse momento Lou, eu quero tanto ter minha vida de volta.
   -Imagino babe'. -Ele colou sua testa a minha, ainda parecendo analisar algo em meus olhos- Mas eu pensei e decidi que posso te ajudar com isso, eu não vou te abandonar (SeuNome), eu te amo muito.
   -Por que está dizendo isso a cada minuto? -Perguntei sorrindo divertida.
   -Porque agora que eu finalmente consegui admitir, não vou parar de repetir. -Os seus lábios se aproximaram dos meus e roçaram de leve enquanto as palavras saiam sussurradas- Eu te amo (SeuNome).
   Sem pensar duas vezes juntei mais nossos corpos, levando minhas mãos a sua nuca e o puxando para mim, enfim conseguindo sentir seus lábios completamente grudados ao meus, primeiramente em um selinho longo e quase casto, para que depois Louis pedisse passagem e invadisse minha boca com a sua língua quente e habilidosa, enlaçando minha cintura com as mãos firmes e me tirando do ar por minutos, deixando minha mente livre de tudo o que acontecia na minha vida. Naquele momento nada mais importava, apenas eu e Louis. 
 
- No dia seguinte ...

   Depois de tudo Louis me trouxe para casa, conversando um pouco com meus pais, que o conheciam a quase três semanas e o adoravam, e logo após indo embora, sem esquecer de me selar e soltar mais uma de suas piadinhas.
   A noite foi calma, eu me permiti ao luxo de esquecer por toda a noite do quão assustada estava, do quão perigosa estava se tornando a nossa mentira. Quando o sol nasceu eu acordei me sentindo bem, depois de várias noites mal dormidas eu conseguia me sentir bem novamente. 
   No caminho fiz questão de parar em uma cafeteria e tomar meu café da manhã por lá mesmo antes de voltar para a caminhada de dez minutos até a escola. O estranho foi quando eu passei pelo portão e todos os olhares se voltaram para mim. 
   Mesmo faltando poucos minutos para o inicio das aulas todos parecia estar no pátio e o mais bizarro era que todos me encaravam com raiva, até ódio vindo de alguns grupos. Fui caminhando em direção aos armários e podia ouvir cochichos e insultos, o que me amedrontou bastante. O que estava acontecendo ali? 
   Tudo pareceu mais surreal quando eu avistei Emma sentada em um banco rodeada por líderes de torcida chorando descontroladamente. As meninas pareciam tentar consola-la, porém ela chegava a soluçar de chorar, como eu nunca havia a visto chorar antes, parecia que alguém havia morrido. Corri em sua direção e naquele instante tudo parou, todos nos encaravam e parecia que meu coração pararia de bater em meu peito.    
   -Emma, o que houve? -Perguntei me agachando a sua frente, tentando tocar seu rosto com minhas mãos para que ela me olhasse nos olhos, mas o que recebi foi um forte tapa na cara que me fez cair para trás, sentada no chão, mais devido ao susto do que a força apicada no tapa- QUE PORRA É ESSA?! -Berrei em plenos pulmões, sentindo meu corpo pulsar de raiva e vontade de ataca-la e mata-la de possível- ENLOUQUECEU CARALHO?!
   -NÃO GRITE COM ELA SUA TRAIDORA! -Ash, uma das lideres de torcida gritou se colocando a frente de Emma, me olhando com raiva- Acho pouco esse tapa, você merecia mais!
   -DO QUE VOCÊS ESTÃO FALANDO? -Perguntei me levantando do chão e olhando em volta, tetando achar os olhos azuis brilhantes em meio a todos os outros voltados a nós.
   -ISSO (SEUNOME), É DISSO QUE ESTAMOS FALANDO! -Emma finalmente disse algo, se levantando no banco e lançando em mim um exemplar do jornal da escola, onde na primeira página havia uma foto minha e de Louis ontem, nos beijando no corredor ontem, com uma manchete gritante que dizia algo como "TRAIÇÃO DO ANO".
   Arregalei meus olhos ao ver a qualidade das imagens, que mostrava muito bem tanto o meu rosto quanto o de Louis, que em alguma das fotos me abraçava e sorria abertamente. Não me dei ao trabalho de ler toda a matéria, apenas olhei incrédula para Emma, sentindo pela primeira vez nojo de seu rosto. Ela estava fazendo aquela cena toda por isso? Ela estava usando a mim e a Louis para mais uma vez se auto promover? 
   -Emma, já chega. -Eu disse suspirando frustrada- Fala a verdade de uma vez, chega dessa palhaçada. -Disse tentando acreditar que ela faria o certo, mas acho que no fundo já sabia o que aconteceria, apenas não queria acreditar.
   -QUE VERDADE (SEUNOME)?! QUE VOCÊ ME TRAIU COM O TOMLINSON? QUE ENQUANTO EU PLANEJAVA UM FINAL DE SEMANA ROMÂNTICO PARA NÓS VOCÊ TRANSAVA COM AQUELE IDIOTA? QUE NUNCA ME AMOU? EU SABIA! DESDE O INÍCIO QUANDO VOCÊ COMEÇOU A FALAR COM ELE EU SABIA O QUE ELE QUERIA, TE DISSE QUE ELE ESTAVA QUERENDO ACABAR COM A GENTE, MAS VOCÊ TAMBÉM QUERIA, VOCÊ ME ENGANOU SUA VADIA! 
   E aquela foi a gota d'água, foi o ali que eu deixei toda a raiva tomar conta de meu corpo e me possuir, ignorando gritos e batendo de frente com qualquer um que se colocasse em meu caminho. Ao dar por mim já agarrava Emma pelos cabelos e berrava o quão vadia, ordinária e mal comida ela era. Não faço a minima idéia de como cheguei até aquele ponto, só conseguia ouvir seus gritos e choro, mas minhas mãos não paravam de estapear o seu rosto, até que eu visse algo vermelho manchar as minhas unhas, me fazendo para imediatamente.
   -Oh Deus, (SeuNome)! -Ouvi a espantada me chamar ao mesmo tempo que as mãos tão conhecidas de puxavam para longe de Emma, que chorava e tentava esconder o rosto das garotas que a cercavam, tentando ajuda-la de alguma maneira- Babe', olhe para mim, por favor. -Louis pedia tentando fazer com que eu desviasse o olhar de Emma.
   -E-e-u... eu não queria fazer isso Lou. -Sussurrei sentindo lágrimas tomarem conta da minha visão- Eu perdi o controle.
   -Eu estou aqui e sei que você não quis, eu vi tudo. -Ele me abraçou forte, deixando-me inspirar do perfume natural que só Louis tinha e que eu havia aprendido a amar.
   Queria voltar alguns minutos no tempo para não ter tido aquela reação, só que agora era tarde demais. Todos encaravam a mim e Louis como se fossemos as piores pessoas do mundo, a mim por ter "traído" Emma e depois ter lhe arrancado sangue, e a Louis por ter acabado com o casal lésbico da escola e estar do meu lado. O único que havia ficado ao meu lado, dentre tantas pessoas que se aproximaram desde que a farsa começou, ele foi o único.
   -VOCÊ É LOUCA (SEUNOME)! UMA VACA BISCATE! -Ashley gritou tentando vir até mim, porém Louis logo tomou a minha frente, impedindo que ela sequer pudesse me ver- SAI DA FRENTE TOMLINSON! ISSO É CULPA SUA TAMBÉM! SEU...
   -CALA A BOCA SUA CADELA IMPRESTÁVEL! -Louis berrou a interrompendo, fazendo todos arregalarem ainda mais os olhos, até mesmo eu- NUNCA MAIS FALE ASSIM DA MINHA GAROTA OU EU ACABO COM VOCÊ E TE DEIXO PIOR DO QUE ESSA LÉSBICA DE ESQUINA! -Ele apontou debochado para Emma, soltando um risinho discreto- Aproveite o showzinho, seja uma estrela, brilhe o quanto puder porque quando a verdade aparecer você vai estar acabada. -Ele concluiu se virando para mim novamente- Vamos embora daqui darling', você não precisa passar por isso. Deixe as cadelas latirem sozinhas.
   Sem dar chances para ninguém revidar Louis me puxou pela mão e nos tirou do meio daquela muvuca, caminhando tão apresadamente que eu não sabia se era pela raiva ou por medo de alguém da direção chegar antes que tenhamos saído da escola. De qualquer forma saímos e ele logo se virou para mim, me olhando como um todo, examinando meu rosto choroso e suspirando frustrado, uma mania que havia pegado de mim, provavelmente.
   -Eu disse que essa Emma não presta! -Ele urrou irritado, fazendo com que eu me encolhesse ainda mais- Desculpe babe', desculpe. Isso não foi uma bronca ou algo assim, eu só não acredito que ela foi tão filha da puta, desculpe.
   -Eu... Louis, eu também sou culpada, você sabe. -Murmurei escondendo meu rosto com as mãos, sentindo vergonha e raiva de mim mesma. Como havia aceitado aquilo? Que merda se passava na minha cabeça? Ôh céus, eu fodi com tudo!
   -Você é apenas culpada por não ter notado que estava criando uma cobra ao seu lado, pessoas boas fazem isso o tempo todo, não precisa chorar por cada coisa ruim que ela fizer. -Ele abriu a porta de seu carro para mim- Vamos dar o fora daqui princesa.
   -Por que você é sempre tão legal comigo, hein? -Perguntei colocando o sinto de segurança e vendo ele dar a volta e se setar ao meu lado.
   -Não é óbvio? -As sobrancelhas finas se arquearam mais que o normal e o sorriso branco e largo apareceu mais uma vez em seu rosto- Porque eu te amo. -Ele deu de ombros e ligou o carro, logo nos tirando daquele lugar.

- ÁS 03:30 p.m. ...

   -Ai podemos passar as férias desse ano em Las Vegas, o que acha? -Louis me olhava com esperança.
   -Queria ir para Sydney nesse ano. -Disse me aguentando para não rir da sua cara de decepção- Qual é Lou, estamos falado sobre férias que aconteceram daqui a seis anos, temos tempo para pensar sobre isso! -Ri um pouco de quando sua expressão mudou drasticamente para incrédula.
   -Mas darling', daqui a seis anos nós já estaremos casados e pense comigo, depois de seis anos teremos um filho ou filha, então temos que aproveitar muito antes porque depois serão apenas férias para Disney e parques temáticos pelo mundo. -Ele fez um bico gigante com os lábios- Vamos para Vegas babe'!
   -Louis, ainda há tempo! -Gargalhei divertida- Você está indo rápido demais.
   -Aaah okay. 
   Olhei para Louis estranhando o seu tom de voz e vi que ele parecia incomodado com algo, então refiz o dialogo em minha mente e me espantei com a minha idiotice.
   -Não quis dizer isso! -Falei correndo em direção a minha cama, onde ele estava deitado, e o agarrando pelo pescoço, dando beijos rápidos por todo o seu rosto- Amo ouvir seus planos para nós Lou, eu amo você. 
   -Eu sei, eu também te amo, você sabe. -Ele disse em meio a risada, me pegando pela cintura e me puxando mais, grudando o quanto podia os nossos corpos- Minha garota.
   Apenas sorri e o selei em um beijo lento e carinhoso, passando minhas mãos por seus cabelos e sentindo ele passar as deles pela minha cintura, enquanto mordia meus lábios e vez ou outra os chupava com vontade. Eu podia sentir o clima esquentando e sabia onde aquilo iria nos levar, isso se a campainha não tivesse tocado, é claro.
   -Deixa tocar. -Louis pediu descendo os beijos para o meu pescoço.
   -Eu tenho que atender Lou, pode ser alguma coisa dos meus pais. -Tentei responder firme, o empurrando de leve e deixando com que ele caísse sozinho no colchão, bufando e reclamando, como sempre- Espere aqui, já venho. 
   -Okay, mas vai logo! -Ele disse se espalhando mais na cama e sorrindo malicioso- Vou te esperar aqui.
   Dei risada das palhaçadas de Louis e desci as escadas apresada, querendo voltar logo para o quarto e ouvir mais dos planos loucos e maravilhosos que ele fazia para nós. Havia até mesmo me esquecido que lágrimas desciam pelo meu rosto há horas atrás, como se ao passar algumas horas divertidas com Louis fosse o bastante para me fazer esquecer de todos os problemas da minha vida. Uma pena que tudo voltou assim que eu abri a porta e me deparei com os olhos avermelhados e rosto arranhado de Emma.
   -O que você está fazendo aqui caralho?! -Quase berrei ao sentir a raiva voltando a mim junto com a vontade de agarra-la novamente pelo cabelos e deixa-la em dentes.
   -(SeuNome), vamos conversar, me ouça! -Ela pediu com lágrimas descendo por seu rosto marcado- Eu não queria fazer aquilo, mas... as fotos... você e Louis estão juntos e... por que me traiu? 
   -EU NÃO TE TRAI! -Gritei com todas as minhas forças, ignorando o medo presente em seus olhos e dando atenção apenas para a minha raiva- NÓS NÃO NAMORÁVAMOS EMMA, PELO AMOR DE DEUS, BOTA ISSO NA SUA CABEÇA VAZIA! -Respirei fundo ao perceber que poderia chamar mais atenção do que o necessário- Lembra-se? Você me pediu para fingir isso porque queria subir no status da escola e eu aceitei, claro que aceitaria, afinal você ERA a minha melhor amiga, disse que não duraria muito, me convenceu a entrar nessa merda e o que fez depois? Se transformou em uma estúpida fingida que é capaz de enganar a escola toda para ter faminha, uma verdadeira vadia!
   -NÃO FALE ASSIM COMIGO! -Emma ergueu a mão na intenção de me dar um tapa, porém consegui pegar a sua mão no ar e impedir que ela o fizesse.
   -NUNCA MAIS OUSE LEVANTAR A MÃO PARA MIM! -A empurrei para longe- VOCÊ PODE TER ENGANADO A ESCOLA TODA, PODE FAZER COM QUE ELES TENHAM DÓ DE VOCÊ AGORA, MAS JAMAIS VAI PISAR EM MIM E NEM ME USAR NOVAMENTE SUA VACA! 
   -ISSO É O LOUIS, ELE ESTÁ TE MUDANDO, ELE ESTÁ TE COLOCANDO CONTRA MIM, CONTRA O NOSSO AMOR! -Ela gritava cada vez mais alto, fazendo alguns vizinhos saírem para ver o que estava acontecendo.
   -EU NÃO TE AMO! EU NÃO SOU LÉSBICA, NÓS NÃO NAMORAMOS E EU NÃO TE TRAI! VOCÊ É LOUCA! -Gritei ainda mais alto que ela, me preparando para fechar a porta.
   -MAS EU TE AMO! EU TE AMO (SEUNOME)! -Emma berrou me deixando estática. Mesmo com tudo só naquele momento eu havia entendido o que se passava.
   -ME DEIXA EM PAZ, SOME DA MINHA VIDA! 
   Tranquei a porta e me permiti desabar ali, sentindo tudo girando ao meu redor. Parecia que o mundo estava desabando sobre mim e eu só conseguia me perguntar o que Louis estava fazendo que ainda não estava ao meu lado me abraçando forte como sempre. Eu precisava dele comigo, era tudo o que eu precisava para me levantar daquele chão frio e tomar minha vida de volta.
   -O que aconteceu? -A voz ofegante e um tanto fina perguntou ao mesmo tempo em que eu ouvia seus passos pela escada- (SeuApelido), o que aconteceu? 
   -S-só.. me abra-a-ça! -Pedi sentindo até mesmo minha garganta e barriga doerem pelo ar que parecia não chegar até meus pulmões pela intensidade do choro.  
   E ele me abraçou, se agachou ao meu lado e me tomou para mim, me deixando encaixada em seu corpo quente, completamente protegida por seus braços, imersa no seu perfume e no seu amor.
   -Eu vou concertar tudo, confie em mim darling'. -Sua voz mansa pediu mais uma vez ao pé de meu ouvido.
 
- Dois dias depois ...

   -Você só precisa ir hoje, se as coisas tiverem muito ruins eu prometo que converso com os seus pais e nós podemos mudar de escola juntos. Só vamos hoje, por favor. -Louis pedia tentando me convencer de que deveria assistir a aula naquele dia.
   Desde que tudo aconteceu meus pais foram na escola a pedido do diretor, assim como os de Emma e Louis. Pensei que iriam me matar quando chegassem em casa naquela tarde, já estava preparada para uma sessão de choros no colo do meu agora oficialmente namorado, mas o que aconteceu foi que meus pais chegaram em casa naquele dia calmos e na companhia de Louis e seus pais. No final tivemos uma tarde de conversas descontraídas e sempre que eu tentava perguntar algo sobre a reunião Louis me cortava e mudava o assunto, até que eu me esquecesse das perguntas. 
   Já se faziam alguns dias e eu não tinha coragem para ir a escola, assim como meus pais pareciam estar sendo estranhamente compreensivos, parecia até que eles entendiam a gravidade da situação como se eu mesmo houvesse explicado a eles.
   -Não quero ir a um lugar onde todos me odeiam. -Respondi decidida e irritada por ele ter me acordado tão cedo para aquilo. 
   -Eu não faltei nenhum dia e estou vivo, você pode aguentar também. -Louis dizia ao mesmo tempo que mexia em meu guarda roupas e pegava algumas peças, as separando para que eu vestisse- E acredite, você vai se surpreender.
   -Não quero Louis, não adianta. -Coloquei o cobertor sobre o rosto, decidida a ignora-lo até que ele aceitasse.
   -Se você me amar pelo menos um pouquinho você vai. -Ele retrucou com aquele tom provocativo que eu já conhecia perfeitamente bem- Ou não me ama, é isso? 
   -Você sabe que amo, não fale besteiras. -Respondi me virando para ele de novo.
   -Prove, já tomar um banho e se vista que eu vou dar um bom dia decente para os meus sogros, te espero lá embaixo. -Ele disse saindo do quarto antes que eu pudesse responde-lo.
   -Vadio. -Rosnei me levantando da cama e indo ao banheiro.
 
- Uma hora depois ...

   -Você vai ver, não está tão ruim. -Louis disse mais uma vez, abrindo a porta do carro para que eu descesse. 
   -Imagino. -Revirei os olhos com desdém- Só você para me fazer passar por isso Louis, sério mesmo. 
   -Conseqüências do amor. -Ele disse rindo e me abraçando pela cintura, colando a minha lateral a dele- Lá vamos nós babe'.
   Passamos pelos portões e mas uma vez os olhares nos perseguiam a cada movimento, assim como os sussurros e gestos nem tão discretos. Eu estava a ponto de dar meia volta e ir embora quando Ashley chegou até nós e parou a nossa frente, bloqueando o caminho.
   -Me desculpe (SeuNome), mil desculpas por tudo o que eu disse, mas na hora eu estava nervosa e tinha a certeza de que era tudo verdade, você mesma nos fez imaginar que fosse, só que okay, só quero que me perdoe por ter lhe dito tudo aquilo, e a Louis também, desculpem mesmo. -Ela dizia rápido e com as bochechas coradas.
   Eu não estava entendendo nada. Desde quando todos sabiam a verdade? Até que ponto da verdade eles sabiam? 
   Olhei para Louis esperando que ele me ajudasse e ele apenas sorriu e tirou da sua bolsa um exemplar do jornal da escola, me entregando o mesmo. Olhei a manchete e quase cai para trás. "ERA TUDO MENTIRA! NÃO H´CASAL LÉSBICO!".
   -Mas... como? -Perguntei olhando para os lados e vendo todos me olharem também, porém dessa vez sem raiva alguma, na verdade pareciam todos um pouco envergonhados.
   -Eu gavei quando a Emma foi até a sua casa. -Louis começou a explicar calmamente para mim, também ignorando todos ao nosso redor- Sei que deveria ter te falado, mas achei que seria melhor assim, então quando nos convocaram para a reunião eu mostrei o vídeo, inclusive para os pais dela, e expliquei tudo o que havia acontecido, desde quando ela teve a idéia até o teatro que ela armou há quase três dias atrás. Com o vídeo ela não teve como negar nada, ficou tudo explicado na diretoria, ai eu só tive que mostrar o vídeo para a editora do jornal também e tudo feito. Eu disse que arrumaria isso. -Ele deu de ombros com aquele sorriso convencido que me deixava com as pernas bandas- E antes que eu me esqueça, os pais da Emma ficaram uma fera com tudo isso e agora ela esta em um internado bem longe daqui. -Louis concluiu me fazendo olha-lo sem crer naquilo tudo- Eu sei, eu sei, sou o namorado perfeito.
   Não havia como discordar, ele era exatamente isso, perfeito. 
   -Me perdoam? -Ashley perguntou ganhando a minha atenção novamente.
   -Eu estou sinceramente me fodendo para você e para todos os idiotas que estudam aqui. -Eu disse de uma vez a surpreendendo, assim como a Louis e a todos os outros- Só quero que parem de falar da minha vida, quero que se esqueçam de mim e de tudo isso. Você não são juízes, não são Deus, então parem de querer fazer a "justiça" ou seja lá o que acham que estão fazendo. -Disse fazendo aspas com os dedos e aumentando o tom de voz- VÃO CUIDAR DA VIDA DE VOCÊS!
   Ashley estava vermelha de raiva ou vergonha, eu não sabia, entretanto não disse nada, apenas se virou e foi embora com toda aquela falsidade e preocupação forjada que eu havia aprendido a reconhecer de longe. Eu não precisava dela e dos seus amiguinhos populares, eu não era Emma, não precisava disso. Já tinha tudo o que eu queria ao meu lado, me abraçando em cada momento de fraqueza e me dando forças para tudo.   
   -Eu te amo (SeuNome), para sempre. -Ele disse com um sorriso brincando nos lábios.
   -Eu também te amo Louis, para sempre. -Repeti a sua promessa e sorri feliz com tudo aquilo.
   Enfim as coisas deram certo, finalmente estava tudo como deveria ser e para ter certeza disso bastava apenas olhar para os olhos azuis mais provocativos que já vi e ouvir a sua risada. A mentira acabou. 


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