quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

#Imagine1D com Niall Horan


POV Niall Horan

   Meus olhos ardiam a medida que eu observava a cena descarada que acontecia na frente de todos, Nunca nem cheguei a imaginar que (SeuNome), a única garota que eu já amei em minha vida, minha ex-namorada, dona do meu sorriso e do meu amor, pudesse fazer uma coisa como aquela comigo. Okay, talvez para muitos a situação não seja mesmo tão horrível e eu de certa forma deveria entender e esperar por aquilo, mas para mim foi como uma facada no peito.
   Eu e (SeuNome) sempre fomos amigos, desde pequenos, já que seu pai é amigo do meu. Quando entrei na adolescência me apaixonei pela garota que passava as férias correndo pelo jardim da minha casa, só que não conseguia dizer isso a ela, já que (SeuNome) sempre foi muito fechada com garotos, até mesmo comigo, isso porque desde sempre ela estudou em um internato para garotas. Eu odiava ela passar todo o período letivo afastada de mim, morria de saudades e contava os dias para que as férias chegassem e pudesse vê-la novamente. Aos 16 eu me declarei e surpreendentemente foi reciproco, totalmente multo. O primeiro ano de namoro foi complicado para nós, já que o maldito internato era algo que seus pais não abriam mão de forma alguma, mas eu sabia que valia a pena só pelos poucos dias que podíamos nos ver e pela forma que ela me apoiava em tudo, até no meu sonho de ser cantor ela ajudou, me inscrevendo no The X-Factor e causando a maior virada na minha vida, realizando tudo que eu sempre quis. 
   O programa acabou, a banda começou a fazer sucesso e as turnês começaram também, fazendo com que eu desenvolvesse um carinho gigantesco pelo tal internado no qual a minha garota permanecia terminando os estudos. Sei que isso era e é egoísta e mesquinho da minha parte, porém quando a fama e a idéia atingiram a minha mente nada parecia tão errado. Eu terminei com (SeuNome) apenas quatro meses depois que ingressei na primeira turnê. 
   Fiz isso porque pensei "ela vai estar aqui quando eu voltar, isso não é problema" e "eu posso aproveitar essa fase com tudo o que ela pode me oferecer, posso provar de tudo e sem peso na consciência por trair (SeuNome), afinal não estaremos juntos até que eu volte". Fui um merda, sim eu fui. Um idiota dos grandes, sim eu sei. Mas na época isso não ocorreu por minha mente, eu estava cego e louco!
   Agora já se faziam anos desde que eu parti de sua vida, no entanto ela continuava no mesmo internato, que também integrava uma das melhores universidades do país. Admito que sempre procurava saber notícias suas, mesmo "curtindo a vida" eu jamais me esqueceria na dona do meu coração.
   Há alguns meses atrás eu soube que o internato começou a aceitar garotos também, o que me rendeu uma dor de cabeça terrível já que por todos os cantos que eu olhava imagina a minha garota sendo alvo dos malditos olhares masculinos que agora a rondavam, com certeza. Fiquei tão paranoico que cada vez procurava saber mais e mais sobre a sua vida, de todas as formas possíveis para um cara' milionário e famoso, estive tão preocupado com a aproximação dela com o sexo oposto que não estava mais conseguindo levar a frente os planos de curtir a fama e o dinheiro. Parecia que minha mente estava e torturando com a culpa de toda a merda que eu fiz, até que tudo se tornasse tão insuportável que decidi que era a hora de voltar para a vida de (SeuNome).
   Esperei a primeira brecha na agenda da banda surgir e comprei minhas passagens para a Irlanda. Assim que desembarquei tratei de comprar um buque gigante, cheiroso e bonito junto com uma das mais caras caixas de chocolate que eu achei. Sabia que aquilo não me renderia um "sim" automático, mas já era um bom começo, não? Eu rezava para que fosse enquanto o táxi me levava diretamente para o internato, que ficava bem afastado de Dublin, mas eu não me importava com a demora, afinal Mullingar também é consideravelmente longe da capital, eu só queria chegar logo e poder resolver as coisas, ter a certeza de que tudo estava bem e que a minha garota ainda me pertencia.
   Digamos que a realidade só bateu em minha porta quando eu cheguei ao internato, conversei com a diretora, que tem uma filha Directioner, e ela me permitiu ver (SeuNome) que naquele horário estava tendo aula de Educação Física. Fui quase correndo até o ginásio, passei pelas portas pesadas de madeira e dei de cara com uma quadra poliesportiva gigante, tão bem conservada e organizada que fez com que eu me lembrasse do porque dos pais de (SeuNome) se recusarem a tira-la daqui. No centro na quadra estava um grupinho de garotos e um homem grisalho conversando em uma roda fechada, haviam também alguns grupos menores de garotas espalhado pelas arquibancadas. Vaguei com o olhar por todos, me sentindo feliz ao notar que a grande parte dos meninos faziam o tipo nerd estranho, o que tranquilizou meu coração, mas tudo veio abaixo quando eu enfim achei a minha garota, deitada em um dos degraus da arquibancada com a cabeça apoiada no colo de um garoto alto, moreno e aparentemente atlético, mesmo que não estivesse participando da aula.
   O garoto acariciava os cabelos de (SeuNome) e dizia algo baixinho a ela, que sorria e respondia seja lá o que aquele infeliz falava. Eu me sentia despedaçado, como se houvesse me arrancado o ar de uma vez só, deixando apenas uma dor ardente em meus pulmões.
   Parecia que só naquele momento, enquanto observava ao longe a bolha de felicidade e calmaria que parecia se erguer ao redor dos dois, que eu havia percebido o quão grave foi o que fiz com a minha vida.
   Senti a falta de ar me afetar de tal maneira que o buque caiu em um estrondo mudo no chão junto com a caixa de chocolates. Na minha mente parecia que o som foi desprezível, porém todos os olhares se voltaram para mim, até o olhar mais belo que eu já havia encontrado em todos os meus dias, o olhar surpreso e intenso de (SeuNome).
   -Niall? -Uma garota morena e baixinha perguntou me olhando com um sorriso gigantesco- Niall Horan!
   Em um segundo eu estava rodeado por garotas e até alguns garotos, que me faziam perguntas e direcionavam seus flashes para mim. Mas eu não respondia ou me atentava a nada, só o que se passava por minha mente era o olhar de (SeuNome) em mim, me queimando como fogo. Sorri e tentei pelo menos fingir que prestava atenção do que me falavam, assentindo de vez em quando, olhando de canto para as arquibancadas e checando de segundo em segundo se ela ainda estava lá.

- Alguns -muitos- minutos depois ...

   As pessoas foram se afastando na medida que conseguiam as fotos e autógrafos. O professor que administrava a matéria sorriu me entregando as flores e os chocolates, que ele havia recolhido minutos antes.
   -Obrigado. -Disse pegando com firmeza o buque. Voltei a olhar para as arquibancadas e as encontre vazias- Droga! -Murmurei com raiva- Onde essa classe está nesse horário? -Perguntei ao professor.
   -Intervalo. -O homem grisalho respondeu sorridente- O que faz aqui? -Ele enfim perguntou o que todos estavam se perguntando.
   -Tentando concertar algumas coisas. -Respondi correndo para as portas pesadas, encontrando um corredor largo e repletos dos típicos armários escolares, azuis e verdes.
   Fui andando pelo corredor até achar uma abertura lateral que dava passagem para uma área aberta, como um campus gigantesco e bem cuidado, lotado de adolescentes que me olhavam espantados. Ignorei a todos e fui caminhando por todo o espaço, sem deixar que mais ninguém se aproximasse e me atrapalhasse como antes. Toda vez que algum grupo de pessoas se aproximava eu desviava rápido e continuava seguindo em frente, buscando desesperadamente algum sinal dela.
   -Achei! -Sussurrei feliz ao encontra-la sentava em um banco de madeira pintado de azul.
   Ela estava sozinha e com o uniforme completo do internato, me deixando aflito por parte de suas pernas estarem a mostra pela saia. O lado bom era que eu notava de longe a diferença dela em relação as outras garotas: O uniforme dela era do tanho certo, no comprimento normal, enquanto todas as outras vestiam algo pelo menos dois números menor que o seu, buscando mostrar seus "atributos" aos novos alunos. Isso era ótimo, porque um garoto quer ver tudo em todas as meninas, mas um homem quer ver só o que a sua mulher tem para mostrar e não gostaria que ela mostrasse a mais ninguém.
   É assim que me sinto, como se enfim tivesse me transformado em um homem para a mulher que ela já era a muito tempo. Durante todos esses anos o que eu aprendi foi que fiz todas as burradas por ser um garoto inconsequente, só que eu poderia ser um homem se ela me desse a chance.  
   (SeuNome) me viu enquanto eu me aproximava com rapidez e fez menção a fugir, mas eu fui mais rápido e cheguei a ela antes que pudesse sequer levantar totalmente do banco.
   -Oi! -Disse de repente, um pouco sem folego e com certeza minhas bochechas estavam coradas- São para você. -Disse estendendo as flores e a caixa de chocolate.
   Pensei que ela me responderia ao menos, gritar, me xingar... qualquer reação diferente daquela. (SeuNome) me olhou de cima a baixo, analisando tudo antes de dar as costas me ignorando completamente. Aquilo foi como um belo tapa na minha cara, pior do que se ela tivesse cuspido em mim.
   -Por favor, não faz isso! -Pedi a seguindo, abrindo espeça entre alguns estudantes que nos olhavam confusos e curiosos- Por favor (SeuNome), não faz isso comigo amor, ao menos ouça o que tenho para falar! -Segurei seu pulso com força com a mão livre, enquanto com a outra eu segurava as flores e os chocolates que agora pareciam ter sido uma idéia estupidamente falha e sem noção.
   -Ouvir o que você tem a falar? -Ela girou o corpo com velocidade, fazendo que eu quase batesse meu corpo no dela, pela surpresa de seu ato- Você não tem o que falar Niall! -Seu dedo indicador da sua mão livre foi apontado para o meu rosto com raiva em um gesto acusador- Você nem deveria estar aqui! Deveria estar fazendo o que eu sei que andou fazendo por todos esses anos, se divertindo com modelos maravilhosas, indo a festas e aproveitando a sua juventude, não era isso o que disse que faria ao partir? 
   Eu estava estático com suas palavras, mesmo sendo o que indiretamente disse que faria. Não pude evitar que as lembranças chegassem até mim com violência.

~Memórias ON~

   -Eu não estou te deixando (SeuNome), não é nada disso! -Tentei me explicar, mas as suas lágrimas grossas me deixavam sem palavras- Eu só não quero te prender a um compromisso por tanto tempo!
   -Niall pare de mentir! -Ela praticamente gritou e eu arregalei os olhos ao notar a raiva nos seus- Eu não posso sair daqui, eu JÁ ESTOU presa! O que você quer é ter a SUA liberdade, conseguir aproveitar O SEU tempo como solteiro! -(SeuNome) suspirou derrotada e revirou os olhos vermelhos, secando as lágrimas com as palmas das mãos, me deixando despedaçado por ver toda a cena e não ser forte o bastante para desistir daquela merda toda, não conseguir tomar a decisão certa mesmo sabendo qual era- Eu vou ficar aqui até o final da faculdade, eu quero fazer isso e sei que vai ser o melhor para mim. Apenas achei que seria mais fácil com você ao meu lado, mas faça o que quiser Niall, okay? É isso que você quer e eu não vou ser um problema na sua vida. 
   -Amor, eu não quero isso! -Disse soando tão falso que desejei morrer ao que seu olhar de desprezo me atingiu- Me perdoa por isso. -Suspirei rendido, aceitando que ela estava certa sobre tudo e que mesmo assim eu faria aquilo.
   Dei as costas a minha menina e caminhei para a saída do colégio lentamente, porém não antes de ouvir as suas últimas palavras dirigidas a mim, as que me deram a certeza de que seria duro consegui-la de volta algum dia.
   -Eu não vou te perdoar.
  
~Memórias OFF~

   O seu olhar frio ainda estava pousado em em meu rosto enquanto eu tentava desfazer o nó em minha garganta. Ela estava certa, eu nem deveria estar ali querendo algo do qual havia abrido mão por tão pouco. Eu havia trocado o seu amor por meras noites de bebedeiras com vadias que não me importavam. Fui um fraco. um tremendo idiota, entretanto não consigo seguir em frente. Eu ainda a amo, mesmo com tudo o que fiz ela ainda é minha e eu sou só dela. É assim que tem que ser.
   -Você está com raiva, eu entendo. -Disse firmando minha mão ao redor de seu pulso, sentindo que ela conseguiria se soltar e ir embora se eu aliviasse o aperto- Só quero conversar e quem sabe conseguir explicar o que aconteceu, por favor amor, eu só tô pedindo uma chance de me explicar.
   -Eu não estou com raiva Nialler! -Ela negou, porém toda a sua irá era visível de longe- Foda-se o que você quer, o que interessa é que eu não quero conversar com você assim como não quero ouvir todas as suas mentiras! É isso o que você sempre foi, um mentiroso que estava comigo apenas porque era conveniente, só Deus sabe os chifres que você deve ter pendurado na minha cabeça enquanto eu estava presa aqui pensando em você! -Seus olhos se umedeciam a medida que as palavras saiam de seus lábios e eu não a imaginei daquela forma, não a garota que eu julgava forte e determinada. Nunca esperaria que ela pensasse isso sobre como era o nosso relacionamento- Mas isso acabou Niall, você entende isso? Você conseguiu o que queria, realizou seu sonho com um apoio retardadamente fiel e me arrancou da sua vidinha perfeita! Isso não basta para você? Acabou! Você foi quem ganhou nessa merda toda, precisava mesmo voltar anos depois para se divertir um pouco mais?
   Ela puxou o braço com força e seu pulso escapou entre meus dedos. Sem me deixar sequer terminar de processar as palavras ela correu para longe, me deixando parado no meio do campus com todos me olhando torto, possivelmente tendo ouvido o que ela disse antes de ir.
   Apenas respirei fundo e me virei, pronto para me livrar daquelas flores e dar os chocolates para o primeiro mendigo que visse em minha frente, mas parei de andar ao ver o tal garoto de antes, o que estava com ela nas arquibancadas, parado em meio a algumas pessoas me olhando friamente, quase fazendo uma careta de nojo ao meu ver. Senti a raiva contida dentro de mim transbordar e meu sangue fervendo em minhas veias. Eu mataria esse desgraçado!
   -O que tá olhando caralho? Perdeu o cú na minha cara? -Quase gritei ao que meus pés iam inconscientemente em sua direção.
   -Como? -Ele me olhou debochado- Enlouqueceu?
   -Não, na verdade estou muito bem, bem o suficiente para me lembrar que você era o idiota que estava com a minha garota no ginásio! -Disse chegando ainda mais perto, o encarando com o mesmo nojo que ela me lançava a momentos atrás- O que você é dela?
   -Isso não é da sua conta popstar. -Ele debochou novamente, sem desviar o olhar do meu em momento algum- Mas garanto que seja lá o que eu tenho com ela é melhor do que o que vocês tiveram. -O sorriso convencido preenchia seus lábios- Alias, ela já não é a sua garota a um bom tempo pelo que eu saiba.
   -Olha aqui seu ... -Ele me interrompeu.
   -Olha aqui você Niall! -Ele me surpreendeu ao e chamar pelo nome- Você é quem está sobrando aqui, você quem deveria estar longe da (SeuNome) depois de tudo o que aprontou com ela, depois de ter causando tanta dor em quem só te ajudou seu ingrato estúpido! -Ele rugiu raivoso- Eu não vou brigar com você, sou inteligente o suficiente para saber que isso não vai provar nada a (SeuNome). Apenas vá embora e deixe ela em paz se o que você quer é brincar um pouco mais, mas se está querendo concertar as coisas de verdade, o dormitório dela é o 334. Faça algo seu imprestável. -Ele disse antes de dar as costas e sair pelo mesmo caminho que (SeuNome) havia feito antes.

- No dia seguinte ...

   Acordei sentindo minha costas doerem ao meus tempo em que minha cabeça latejava, tinha que avisar ao responsável daquele lugar que deveria ter quartos para visitantes ao algo do tipo porque dormir no corredor é algo absurdamente desconfortável, sério mesmo, é como pagar todos os seus pecados em uma só noite e o pior é acordar com as pessoas indo de um lado ao outro e te olhando como se você fosse um louco. Tudo bem, passar as primeiras horas da madrugada gritando e batendo na porta da sua ex-namorada, implorando para que ela ao menos respondesse um dos chamados, não foi uma atitude legal da minha parte, mas mandar o zelador de 1.90 de altura vir me dar "um aviso" também não é algo muito cordial.
   Olhei para a porta de madeira escura e pesada e revirei os olhos. Já eram 07:15 a.m., as aulas começariam em breve e ela teria que sair do quarto. 
   -(SeuNome), já está acordada? -Perguntei aos gritos na esperança de receber alguma resposta, porém nada aconteceu, além de uma garota com o cabelo azul sair de seu quarto e me xingar de um nome impublicável. Acreditem, o nome foi feio.
   Olhei para os lados e senti minha barriga roncar de fome, só que eu não podia sair e correr o risco de (SeuNome) escapar novamente. Já estava ao ponto de parar alguém e pagar para que a pessoa me trouxesse algo da cantina quando a porta a minha frente abriu lentamente, causando um ruido baixo. 
   (SeuNome) estava a minha frente de novo, com o seu uniforme bem passado e sua aparência saudável, a não ser pelas olheiras nem tão fundas, mas bem marcadas ao redor de seus adoráveis olhos. Doentio o que estou pensando, entretanto ela me parece linda e admirável mesmo assim e se isso fosse algo dela, as olheiras, eu não me importaria de vê-la assim todos os dias. Nem aquelas manchas de abatimento conseguiam afetar a sua beleza.
   -Quando vai parar com o seu showzinho e ir embora? -Ela perguntou seca ao fechara porta e me olhar de cima a baixo- Está com a roupa toda amarrotada, provavelmente não escovou os dentes e seu cabelo está horrível. Eu não vou ser vista com você assim. -Concluiu sem modificar a voz em nenhum instante, sendo tão calma e indiferente que me deixou envergonhado pois era tudo verdade, eu estava um caco.
   -Sei que não se importa o bastante com aparência ao ponto de me ignorar por isso. -Disse me erguendo e seguindo ela pelo corredor, tentando me orientar e driblar a fome e o cansaço ao mesmo tempo em que desviava dos alunos que iam de um lado ao outro.
   -As pessoas mudam e você não sabe nada sobre quem eu sou agora. -(SeuNome) parou em frente a um armário e pegou um livro ali, me lembrando novamente do quão bem equipado era aquele internato- Vá embora, estou pedindo. 
   -Eu não posso ir sem você. -Rebati de imediato, arregalado os olhos por espanto.
   Okay, eu a queria de volta, claro que sim, mas queria tira-la de lá? Leva-la comigo? Parece que ela se espantou também com a minha escolha de palavras, me olhando fixamente por alguns segundos e suspirado cansada, trancando o armário e se voltando para mim.
   -O que eu tenho que fazer para você me deixar em paz? -Ela perguntou em um tom calmo e sem nenhuma emoção, como antes, no entanto eu sentia a tristeza aparente em cada palavra. Eu ainda a conhecia muito bem, ela admitindo ou não.
   Eu poderia insistir em ter uma conversa agora, tentar arrancar qualquer resposta naquele momento, só que eu não estaria sendo justo e nem esperto. Se eu a queria de volta teria que provar o quanto mudei e o quanto a mereço. 
   -Aceite jantar comigo essa noite. -Pedi enfim, voltando a olha-la nos olhos.
   -Não é final de semana, não posso sair do colégio. -Respondeu revirando os olhos.
   -Tudo bem, jantaremos aqui mesmo. -Dei de ombros- Tenho a autorização da diretora para ficar aqui por algum tempo, seus pais também sabem que estou aqui.
   -Sabem? -Ela ergueu as sobrancelhas.
   -Claro, eu não poderia nem pisar aqui se eles não tivessem falado com a diretora antes. -Respondi sem ligar muito, eram apenas detalhes que estavam me ajudando a construir uma conversa calma com o meu amor- Posso considerar o convite aceito? 
   -O que faria se eu dissesse não? -(SeuNome) perguntou serrando os olhos em desconfiança.
   -Te seguiria até a sala de aula, durante o dia todo, durante todos os tempos livres, até de madrugada continuaria em sua porta e você sabe como eu posso ser insistente. -Disse a olhando como dissesse "você sabe disso" e de fato ela sabia. Já dei muitas provas de que não tenho vergonha de lutar pelo que quero ou preciso, e no caso eu quero e preciso dela.
   -Não vou passar o dia sendo atormentada por você, então okay. -Seus ombros caíram em rendição enquanto um sorriso largo se formava em meu rosto- Jantaremos ás 07:00 p.m., no restaurante de comida italiana na parte leste do campus. 
   -Certo. -Concordei com a cabeça, olhando par os lados um pouco confuso- Onde fica exatamente a parte leste do campus? -Perguntei desistindo da idéia de andar por todo aquele campus gigante procurando um restaurante de comida italiana.
   -Tem até ás 07:00 p.m. para descobrir Niall. -Ela disse com um sorriso de canto, me dando as costas e sumindo em meio ao fluxo de pessoas.
   -Ótimo, tenho que achar alguém que me ajude nesse lugar. -Sussurrei a mim mesmo.

- 06:50 p.m. ...

   Roupa casual/esporte/chique: Perfeito.
   Cabelo: Okay.
   Perfume: Agradável.
   Dentes: Limpos, brilhantes e livres de qualquer tipo de mancha.
   Urso de pelúcia gigante: Confere também.
   -Certo Horan, você está bem. Não fique nervoso cara', as coisas vão funcionar. -Disse a mim mesmo ao que me olhava no espelho, por fim encontrando a imagem de Chad, o garoto a quem eu paguei para usar o quarto e o banheiro, refletida ao lado da minha ao que ele me olhava questionador, provavelmente pensando no quão idiota vem sendo as minhas atitudes desde que o conheci hoje pela tarde- Que susto! 
   -Apenas vim avisar que faltam dez minutos para ás sete e se a gente não ir logo você vai se atrasar e nem o urso gigante vi conseguir compensar isso. -Ele disse e eu apenas concordei com a cabeça, o seguindo para fora do quarto, o assistindo fechar a porta e começar a caminhar pelo corredor.
   Chad aceitou me mostrar onde ficava o tal restaurante sem cobrar nada, apenas um autografo para a sua irmã mais velha o que não chegava a ser nenhum problema para mim. Enquanto andávamos pelo campus eu notava alguns olhares encima de mim, talvez por eu ser eu, talvez pelo "barraco" de ontem ou talvez apenas pelo urso branco que eu carregava com medo de sujar. De qualquer maneira os olhares me acompanhavam e eu me sentia um pouco amedrontado por isso, não pelos olhares em si, mas pela possibilidade deles serem testemunhas do meu fracasso perante a garota mais especial do meu mundo.
   -É esse. -Chad disse ao pararmos em frente ao restaurante pequeno e me aparência agradável- Espero que tudo de certo, obrigado pelo autografo e pelo dinheiro.
   -Eu que agradeço, valeu mesmo. -Respondi com um sorriso pequeno, vendo ele ir embora ao que eu ia para a entrada do lugar.
   O restaurante estava parcialmente vazio, não havia tanto movimento como deveria ter em outros períodos do dia. Analisei cada mesa antes de vê-la sentada em uma próxima a uma janela grande e cercada por flores rosas e brancas, dando um ar até que romântico ao local se essência rustica.
   Caminhei com calma entre as mesas, desviando o urso de qualquer possível colisão com qualquer corpo que estivesse no caminho. Ganhei alguns olhares curiosos, entretanto os dei o minimo possível de atenção, até que cheguei a mesa onde (SeuNome) me esperava distraída.
   -Oi. -Disse parando a sua frente, com o urso agarrado a mim como se fosse um escudo. Vi seu olhar passar pelo urso, por mim e ir novamente ao urso antes dela dizer algo.
   -Você é mesmo um palhaço Niall. -Ela disse balançando a cabeça em negação e soltando um risinho quase inexistente, mas que aqueceu até a minha alma- Aproposito eu já fiz o nosso pedido.
   -Vou ignorar esse comentário. -Avisei estendendo o urso- Espero que goste e que ache tão fofo quanto minha mãe disse que acharia.
   -Maura também está envolvida nesse complô? -(SeuNome) perguntou pegando a pelúcia gigante e o colocando em uma cadeira que ficava na lateral da mesa de quatro lugares.
   -Toda mãe quer ver o filho feliz, acho que isso justifica. -Falei ao me acomodar na cadeira a sua frente.
   -Não para mim. -Ela deu de ombros- Ainda não entendo como podem te apoiar nessa história. Você que terminou o que tínhamos, não tem o direito de voltar como se nada tivesse acontecido, querendo me comprar com presentes teoricamente românticos e nem ameaçando meus amigos. -Ela desviou o olhar para a mesa ao lado, provavelmente só fugindo dos meus olhos azuis que estavam grudados a ela- Josh me contou sobre o que você disse a ele e sinceramente isso só prova o quanto mimado e imaturo você ainda é Niall.
   Tentei, eu juro que tentei, controlar a minha expressão de ódio. Aquele viado além de falar todas aquelas merdas ainda fazia fofoca de mim para ela? Desgraçado!
   -Eu não quero te comprar (SeuApelido) e nem ameacei ninguém. -Me defendi de todas aquelas acusações injustas- Esse garoto que está tentando te roubar de mim!
   -Eu não sou sua Nialler! -Ela me repreendeu irritada- Para com isso! Eu não suporto mais isso, não aguento você agindo dessa forma, será que você não percebe que está acabando comigo porque por mais que eu queira eu não posso voltar com você!
   Mais uma vez ela conseguiu me partir ao meio sem nem perceber. Fez eu sentir como se um punhal fosse enterrado em meu peito deixando uma ferida aberta que estava me matando aos poucos.
   -Você pode sim, sabe que pode. -Disse com a voz falha. Eu não queria que ela notasse, não queria que percebesse o meu desespero, só que estava difícil esconder quando até o meu tom de voz implorava para que ela me desse uma última chance- Eu errei muito feio amos, nós dois sabemos os meus motivos e eu só não repito cada um porque tenho vergonha de todos. Fui mais do que um canalha, fui o tipo de cara' que jamais permitiria que chegasse perto de você, o tipo de cara' que machuca a garota que ama por um desejo sem sentido.
   -Não sinto raiva por você ter me deixado Niall. -Ela falou baixinho, quase inaudível se eu não tivesse prestado tanta atenção em seus sons- Tenho raiva de mim por não ter sido capaz de te dar motivos para ficar. -Explicou me deixando perplexo. Ela me deu sim motivos, eu que não fiz as coisas como deveria- Eu já imaginava que você poderia estar me traindo e tentei de todas as formas superar isso sem atrapalhar o nosso namoro. Não o culpava por ter outras, afinal nós ficávamos tanto tempo afastados e... você sempre foi lindo, claro que não se contentaria com o que tínhamos, mas eu tentei até o fim, até você acabar com tudo e praticamente esfregar na minha cara que nada do que eu fiz foi o bastante, que mesmo com todos os meus esforços o mundo poderia te dar mais. -As lágrimas desciam pelo meu rosto silenciosas, porém ela não olhava para mim e portanto também não as via- Eu só odeio você ter voltado mesmo sabendo que terei que continuar aqui. Não vou largar o meu futuro por um cara' que já me largou e fingir que estou totalmente feliz com essa escolha porque por mais que uma parte de mim se alegre sim só de me imaginar mais uma vez ao seu lado, a outra acha que você está de volta por algum motivo que eu ainda não vi e que logo vai partir deixando um buraco maior do que o anterior.
   Eu não sabia onde colocar a minha cara, eu já estava aos prantos e ela ainda encarava a janela. Todas as suas palavras me deixaram bagunçado. Como eu pretendia conseguir seu coração de volta quando acabo de descobrir que durante todos esses anos não fiz nem a metade do bem que ela me fez?
   -Não volte então. -Disse firme, entretanto com a voz abalada pelo choro, ganhando seu olhar surpreso e para o meu espanto também domado pelas lágrimas- Eu não fui homem o bastante anos atrás quando abandonei a mulher de minha vida, mas estou sendo homem o bastante agora. Não te quero ao meu lado sabendo que está pensando tudo isso, eu nunca te trai, nunca te trairia e por isso terminei tudo, porque me conheço e sei que faria algo de gênero. Se quer mesmo saber nenhuma noite em nenhuma festa e com nenhuma garota valeu mais a pena do que a noite que passei em frente a sua porta. -Levantei da cadeira com calma, sem quebrar os nossos olhares- Me desculpa por tudo que eu te fiz pensar, por tudo que causei a nossa história que deveria ser livre de tantos problemas. Eu vou ir embora ainda essa noite, mas quero te fazer uma promessa e te peço para acreditar nela o quanto for possível. Eu prometo por todo o amor que sinto por você que estarei aqui no dia da sua formatura, de braços abertos para você voltar caso seja isso o que você quiser fazer e te garanto, pelo céu e a terra, pela minha vida, que estarei puro nesse dia. Eu não tocarei em qualquer mulher que não seja você, não até que me diga com certeza que não me ama e que não temos mais volta.
   Não esperei por mais nada, não me preocupei em não ter ficado tempo o suficiente para sequer saber qual seria o prato da noite, não quis saber dos olhares que me acompanhavam, não liguei para nada, apenas deixei as lágrimas calmas e silenciosas lavarem meu rosto enquanto eu caminhava para fora daquele campus, para fora daquele lugar.
   Enquanto fazia o meu caminho apenas rezei para que ela acreditasse em minha promessa, para que esse tal de Josh não passe a barreira da amizade com a minha garota e acima de tudo para que quando chegasse a minha hora de busca-la ela estivesse pronta.

- Dois anos depois ...

   -Em nome de todos os formandos eu agradeço aos mestres responsáveis de todas as disciplinas que agregaram aos futuros profissionais que aqui estão hoje e a nossa família por ter disposto toda paciência, carinho e, é claro, ajuda financeira para que pudêssemos hoje estar aqui realizando esse sonho. -Ela dizia com um sorriso grande nos lábios, encarando a todos por cima do palco montado no centro do campus, enquanto todos da "platéia" e os seus colegas olhavam-na admirados, assim como eu também estava, admito. Ao julgar pela câmera profissional que comprei apenas para gravar o momento e pelo meu sorriso que parecia rasgar minha face, eu era de longe a pessoa mais animada e deslumbrada daquele lugar- Em meu nome eu queria agradecer a todas essas pessoas, a Deus, e a mais uma pessoa em especial, alguém que prometeu que estaria nesse momento e cumpriu. -O seu olhar encontrou o meu pela primeira vez, fazendo com que eu finalmente notasse que não fui completamente ignorado por ela, que ela havia sim me percebido ali- Mais uma vez, obrigada a todos por compartilharem essa realização conosco. Amamos vocês. 
   Os aplausos e assovios ecoaram por todos os cantos, o seu pai se ergueu dizendo algo como "essa é a minha garota!" e eu lutei contra o instinto de confrontar aquela frase, afinal ela é a minha garota.  
   -LIVRES! -Pudemos ouvir sair da boca de cada formando enquanto os capelos pretos iam ao céu e faziam todos rirem, até mesmo eu.
   Me virei para a sua mãe e sorri vendo suas lágrimas, eu mesmo sentia vontade chorar naquele momento, então sorri largo e mostrei o vídeo e fotos que havia tirado dela, que parecia perfeita com cada imagem, como o anjo que para mim ela era.
   -Hey' gente! -A voz doce me despertou, chamando a atenção do meu olhar para o rosto de contornos tão amáveis que fez esperar por tanto tempo- O que acharam do meu discurso? Gaguejei muito? Foi tão tedioso quanto eu imagino? -Ela atropelava as palavras de um jeito que não havia feito em nenhum momento enquanto estava no palco, como se só agora o nervosismo tivesse a alcançado.
   -Você estava linda. -Sua mãe disse beijando seu rosto, em seguida seu pai- Não poderia ter sido melhor, certo Niall? -Sra.(SeuSobrenome) perguntou me olhando sorridente.
   -Você foi a oradora mais perfeita que eu ou qualquer um aqui já viu. -Confirmei encarando seus olhos brilhantes e tão cheios de alegria, como eu sempre desejei ver- Na verdade dizer que você foi perfeita não é digno, ainda não inventaram palavras para expressar o quão magnifica você foi encima daquele palco. 
   -Niall não precisa exagerar. -(SeuNome) disse em meio a risadas, saindo dos braços de seu pai e vindo em direção aos meus, que já estavam abertos para ela- Eu senti saudades. Você não deu noticias, não apareceu mais e eu até pensei que fosse bobeira te esperar. Eu quase desisti de nós.
   -Que bom que não desistiu meu amor. -Murmurei a apertando mais em meus braços, sentindo seu perfume me dominando, fechando meus olhos em apreciação e esquecendo que existia um mundo fora dos nossos sussurros- Eu nunca nem pensei em desistir, apenas queria te deixar cuidar dos seus machucados. 
   -Então por que está aqui? -Sua voz em meu ouvido fez meu corpo estremecer.
   -Ainda está machucada? -Perguntei sentindo algo em mim doer, mais uma vez o meu coração amedrontado pela idéia de perde-la de vez- Porque se estiver eu posso fazer qualquer coisa para te ajudar.
   -Eu não estou machucada Niall. -Seus lábios roçando a pele de meu pescoço pareciam deixar um rastro de fogo- Só estou muito feliz que tenha cumprido sua promessa. Eu te amo. 
   -Eu também te amo minha princesa, para todo o sempre. -Respondi antes de afastar meu rosto de seu pescoço e olhar dentro daqueles olhos que mesmo depois de anos ainda eram os olhos da minha amada. 
   Sem pensar em nada do que nos rodeava, em nada que já havia passado, em nenhum dos nossos erros, eu apenas juntei nossos lábios em um beijo que dava a ela tudo o que eu deveria estar dando há anos. Carinho, paixão, amor... eu daria tudo isso para (SeuNome) até o último dia de minha vida. Essa é mais uma de minhas promessas.


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